Batendo Rodas

sábado, 16 de julho de 2011

Não se substime!

Olá!! Nesta última quinta-feira, (dia 14 de Julho), o que seria a última consulta ou terapia com a Psicologa Nathalia do IMRHEA na Lapa, onde faço minha reabilitação, ela trouxe um texto que vale colocar aqui, pois, fala de acreditar em você mesmo e não se substimar achando que você não faz falta ou que não se faz "vivo" perante os outros. Se está se achando um ser que não é importante, pare já! Todos somos insubstituíveis.Você é o que é, e não o que os outros acham de você! Leia e reflita, paz e bem!!


   Uma informação por favor.

   Quando eu era criança, bem novinho, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança. Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava na cômoda da sala. Eu era pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém. Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal. O nome dela era "Uma informação, por favor" e não havia nada que ela não soubesse. "Uma informação, por favor" poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa.
Minha primeira experiência com esse gênio-na-garrafa veio um dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho. Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo. A dor era terrível mas não havia motivo para chorar, uma vez que não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia. Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido até pensei: o telefone!
Rapidamente fui até o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente à cômoda da sala. Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido. Alguém atendeu e eu disse "Uma informação por favor". Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido. "Informações". "Eu machuquei meu dedo...", disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência. "A sua mãe não está em casa?", ela perguntou. "Não tem ninguém aqui...", eu soluçava. "Está sangrando?" "Não", respondi. "Eu machuquei o dedo com o martelo, tá doendo..." "Você consegue abrir o congelador?", ela perguntou. "Eu respondi que sim." "Então pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo", disse a voz.
Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo. Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Philaddelphia. Ela me ajudou com os exercícios de matemática. Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas. Então, um dia, Petey, meu canário, morreu. Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido. Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que está crescendo. Mas eu estava inconsolável.
Eu perguntava: "Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola? Ela deve Ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente. "Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também..."
De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor.
No outro dia, lá estava eu de novo. "Informações.", disse a voz já tão familiar. "Você sabe como se escreve "exceção?" Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacífico.
Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga. "Uma informação, por favor" pertencia àquele velho aparelho telefônico preto e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho que ficava na nova cômoda na nova sala. Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saiam da minha memória.
Frequentemente, em momentos de dúvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo.
Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um molequinho. Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seatle. Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos. Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos.
Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o número da operadora daquela minha cidade natal e pedi: "Uma informação, por favor". Como um milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo: "Informações." Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando: "Você sabe como se escreve Exceção?" Houve uma longa pausa. Então, veio uma resposta suave: Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul." Eu ri. "Então, é voce mesma!", eu disse. "Você não imagina como era importante para mim naquele tempo." "Eu imagino", ela disse. "E você não sabe o quanto significava para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todos os dias que você ligasse". "Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visitá-la quando fosse encontrar a minha irmã. "É claro!", ela respondeu. "Venha até aqui e chame a Sally." Três meses depois eu fui a Seatle visitar minha irmã. Quando liguei, uma voz diferente respondeu: "Informações." Eu pedi para chamar a Sally. "Você é amigo dela?", a voz perguntou. "Sou, um velho amigo. O meu nome é Paul." "Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período porque estava doente. Infelizmente, ela morreu há cinco semanas." Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou: "Espere um pouco. Você disse que o seu nome é Paul?" "Sim" "A Sally deixou uma mensagem para você.
Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse.
Eu vou ler para você".
A mensagem dizia: "Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também.
Ele vai entender." Eu agradeci e desliguei. Eu entendi...
NUNCA SUBESTIME A "MARCA" QUE VOCÊ DEIXA NAS PESSOAS.
(Autor desconhecido)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Primeira ida ao banheiro sozinho!!

Nesse último fim de semana eu e a Fla tinhamos uma missão um pouco desconfortável: ir ao polpa tempo cedinho pra resolver um perrengue. E o pior é que esse perrengue é daqueles que agente nem imagina que vai passar um dia. No Sábado passado fomos ao shoping Aricanduva levar as meninas pra almoçar (vocês imaginam onde né?), no camonho a Fla resolveu colocar crédito no celular. Conversando com o atendente, achou melhor trocar de pré-pago para pós-pago. Quando estava decidido, veio o atendente informando: "olha senhora, não podemos concretizar a compra pois seu nome está negativado!". Surpresa!!!! Logo agora que tava tudo certinho, todas as contas em dia etc. e tal!!! Sem entender o porque da negativação, a Fla perguntou se poderiam mostrar de onde ou qual empresa tinha negativado seu nome. Mais uma surpresa: a empresa é a Embratel. Por que a surpresa? Nós nunca compramos nada, nem um produto da Embratel. Procurando resolver esse perrengue, o atendente da loja nos informou que é comum acontecer esse fato e nos orientou para irmos até o polpa tempo entrar com um processo para resolver o mais rápido possível esse problema. Já no polpa tempo, a audiencia foi marcada e se o juiz acatar o pedido, em até três dias o nome é limpo! Mas que dor de cabeça nos deu isso hein!!! Fica o alerta!
    Durante o atendimento, fiquei sentindo aquele desconforto na barriga e na perna esquerda que sempre dá quando preciso fazer o número um! Avisei a Fla e disse que iria só ao banheiro. Fui com um frio na barriga, não por menos, era a primeira vez que ia ao banheiro público e sozinho! Chegando ao banheiro, bem de frente tem uma rampa de acesso, um pouco íngrime, porém, dá pra tocar a cadeira numa boa. Quando você chega à esses lugares, principalmente quando nunca foi, fica preocupado com o acesso. Mas, pra alegria do cadeirudo aqui, o banheiro não só era acessível como bem limpinho! Estava até trancado e um senhor muito gentil que fica de auxiliar no proprio wc disse o porquê: é que sempre tem aqueles que entram pra zoar e sujar o banheiro. 5 minutose algumas técnicas depois, estava eu de volta, são e salvo! e principalmente, com a bexiga vazia hehehe!!! Pra quem está em reabilitação como eu, sabe que tirar e colocar a calça sentado na cadeira de rodas,sozinho, é uma vitória!!!
     Paz e bem!!!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cabeça vazia, ......

Fiquei um tempão sem postar aqui, mas foi por um bom motivo. Desde o acidente, foram poucos os momentos em que eu não tinha nada o que fazer. Porém, o tempo vai passando e junto com ele a rotina. Numa rotina de exercícios e leitura de alguns livros (depois vou postar algumas frases desses livros), chega uma hora que você se enche e quer fazer algo novo, sentir-se ocupado com algo que te faça mexer e sua mente fica ocupada. portanto, como sou formado em Matemática e amo lecionar Física, por que não fazer uma pós? Me enchi de coragem e aqui estou eu: fazendo pós de Ensino de Física. Hoje em dia nem mesmo a distancia ou a falta de acessibilidade são desculpas para deixar de estudar, ou até mesmo deixar de aprimorar-se no conhecimento porque agora com Ensino à distancia tudo ficou mais fácil, porém, com a qualidade intacta. Portanto, mãos à obra e bora estudar, pois, cabeça vazia é oficina do ...!!!!! Paz e bem!

sábado, 7 de maio de 2011

"Essa vaga não é sua nem por um minuto!"

    Há alguns dias atrás recebi o link de um vídeo chamado "Essa vaga não é sua nem por um minuto". Esse link foi enviado pela minha amiga Virgínia, que como eu, também necessita dessas vagas. E está dando o que falar, pois, o vídeo fala por si só, porém, a falta de sensibilidade, companheirismo, cidadania e, porque não falar de  humor, ainda é o que impede as pessoas de enxergarem o óbvio. As vagas destinadas às pessoas com necessidades especiais existem não por acaso. Elas são localizadas mais próximas da entrada dos estabelecimentos, como, bancos, lojas, hospitais etc. justamente para facilitar o ACESSO, pois, essas pessoas, ou melhor, nós, temos que fazer um pouco mais de esforço para conseguir o que seria fácil para outras consideradas "normais". E convenhamos: essas vagas são pouquíssimas. Não custa nada respeitá-las. Há algumas semanas eu postei aqui minha ida ao Shoping e o desrespeito de um "cidadão" que estacionou não na vaga, mas, no espaço destinado aos cadeirantes (aquele zebrado amarelo que fica ao lado da vaga). Então, pra quem não viu o vídeo ainda: boa reflexão! Ah! E se você é daqueles que respeitam essas vagas, ajude a divulgar esse vídeo. Paz e bem!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Acessibilidade no INSS: tinha que ter, né?

Dia 29 de Abril às 8h eu tinha o tal do CRP (centro de reabilitação profissional) do INSS. Tudo levava a crer que eu teria alta e voltaria para o trabalho. Mas, chegando lá, foi uma perícia como as outras, prorrogaram a minha licença pra mais um tempo... No primeiro momento você fica chateado, pois, estava crente que voltaria para o trabalho, mas, a partir do instante que você se coloca nas mãos de Deus, quase sempre elas te surpreendem. 1º: se eu voltasse a trabalhar agora, perderia a reabilitação do IMREA; 2º: voltando a trabalhar, minha pós iria ficar dificil de sair, devido ao tempo. Por tanto: "espera no Senhor!". Voltando ao INSS... durante a espera, senti a necessidade de ir ao banheiro. Olha isso: no banheiro, que deveria ser adaptado, o mictório ficava bem de frente pra porta, ou seja, onde era pra ficar instalado um lavatório, instalaram um mictório! (- nossa Tio!!). Pois é! Agora, quem seria o louco que faria xixi de frente para um corredor público, onde passam pessoas com uma frequencia parecida com a do metrô?! Mas, eu não uso o mictório certo? Então, lá fui para a parte destinada aos cadeirantes... surpresa! Tinham barras de apoio como em todos os outros banheiros adaptados - tudo bem que eram um pouco desgastados, mas eram barras - porem, a cadeira não cabia! (- Tá Tio, por que você não fez com a porta aberta se já estava la dentro?). Este espaço ficava bem de frente com a porta do tal corredor, ou seja... todos que passariam pelo corredor iriam ver o meu... é... bom, deixa pra lá! Como sempre, eu e meu irmão demos um jeitinho e fiz o que tinha de ser feito. Só ficamos um pouco frustrados porque não levei meu celular pra tirar umas fotos e comprovar o fato, mas, vai ter outras oportunidades não é mesmo? O que custava dar uma reformada no banheiro né não? Se alguém aí do outro lado tiver outras histórias de lugares que deveriam ser adaptados e não são (ou como esse são mas nem tanto) mandem pro meu email tá?

                                                                (Viva os cartunistas!!!)                    Paz e bem!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

As transferências...

Quando sofri o acidente e percebi que não sentia as pernas já sabia que enfrentaria desafios. Claro que com a família e os amigos por perto tudo é mais fácil, porem, quem estava sentindo na pela era eu. Ao contrario de outras pessoas que sofreram um acidente como o meu e ficaram paraplégicas, eu não tive depressão. A minha aceitação da atual situação em que me encontrava foi instantânea e, com certeza foi devido a motivação que tenho dentro de mim. Independente da situação em que você se encontra existem maneiras de seguir em frente, apesar de, às vezes não parecer ter saída, saiba que existe! Há sempre uma alternativa para que possamos sair do fundo do posso, ou, como no meu caso, nem entrar nesse poço! O que é preciso para se ter essa motivação? Não existe uma regra ou uma fórmula para que não tenhamos uma depressão, mas, o necessário e o mais eficaz método está dentro de nós mesmos. Cada um de nós temos uma força imensa por dentro, basta somente acreditar e confiar. Quando me tornei paraplégico (ou cadeirante, ou deficiente físico) comecei a pesquisar pela internet, métodos para transferências da cadeira de rodas para o carro, a cama, o sofá etc. e não encontrei nada!! Me sentia um pouco perdido até, porém, a resposta estava bem mais próxima. Não existe método algum para essas transferências, o fato é que, cada um tem o seu próprio método e, 8 meses depois do acidente, eu encontrei o meu. Hoje eu não encontro um assento que seja impossível eu me transportar. Claro que salvo aquelas banquetas de bar da altura da Flavinha (tipo uns 1,50 m +- rsrs...)!! O melhor mesmo é ter o máximo de cuidado e fazer as transferências quando não há risco nenhum de levar um tombo, no mais, é só ser feliz e se cuidar!!!! Paz e bem!
(Kevin McHale, que faz o cadeirante Artie na série Glee).

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Pra seguir em frente!!

Quase sempre precisamos de uma injeção de ânimo pra seguirmos em frente. E pra isso, nada melhor que vislumbrar a determinação e motivação de pessoas como esse cara... É só assistir e colocar em prática do seu jeito!

Paz e bem!!!!!