Batendo Rodas

sábado, 16 de julho de 2011

Não se substime!

Olá!! Nesta última quinta-feira, (dia 14 de Julho), o que seria a última consulta ou terapia com a Psicologa Nathalia do IMRHEA na Lapa, onde faço minha reabilitação, ela trouxe um texto que vale colocar aqui, pois, fala de acreditar em você mesmo e não se substimar achando que você não faz falta ou que não se faz "vivo" perante os outros. Se está se achando um ser que não é importante, pare já! Todos somos insubstituíveis.Você é o que é, e não o que os outros acham de você! Leia e reflita, paz e bem!!


   Uma informação por favor.

   Quando eu era criança, bem novinho, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança. Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava na cômoda da sala. Eu era pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém. Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal. O nome dela era "Uma informação, por favor" e não havia nada que ela não soubesse. "Uma informação, por favor" poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa.
Minha primeira experiência com esse gênio-na-garrafa veio um dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho. Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo. A dor era terrível mas não havia motivo para chorar, uma vez que não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia. Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido até pensei: o telefone!
Rapidamente fui até o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente à cômoda da sala. Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido. Alguém atendeu e eu disse "Uma informação por favor". Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido. "Informações". "Eu machuquei meu dedo...", disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência. "A sua mãe não está em casa?", ela perguntou. "Não tem ninguém aqui...", eu soluçava. "Está sangrando?" "Não", respondi. "Eu machuquei o dedo com o martelo, tá doendo..." "Você consegue abrir o congelador?", ela perguntou. "Eu respondi que sim." "Então pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo", disse a voz.
Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo. Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Philaddelphia. Ela me ajudou com os exercícios de matemática. Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas. Então, um dia, Petey, meu canário, morreu. Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido. Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que está crescendo. Mas eu estava inconsolável.
Eu perguntava: "Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola? Ela deve Ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente. "Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também..."
De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor.
No outro dia, lá estava eu de novo. "Informações.", disse a voz já tão familiar. "Você sabe como se escreve "exceção?" Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacífico.
Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga. "Uma informação, por favor" pertencia àquele velho aparelho telefônico preto e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho que ficava na nova cômoda na nova sala. Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saiam da minha memória.
Frequentemente, em momentos de dúvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo.
Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um molequinho. Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seatle. Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos. Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos.
Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o número da operadora daquela minha cidade natal e pedi: "Uma informação, por favor". Como um milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo: "Informações." Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando: "Você sabe como se escreve Exceção?" Houve uma longa pausa. Então, veio uma resposta suave: Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul." Eu ri. "Então, é voce mesma!", eu disse. "Você não imagina como era importante para mim naquele tempo." "Eu imagino", ela disse. "E você não sabe o quanto significava para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todos os dias que você ligasse". "Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visitá-la quando fosse encontrar a minha irmã. "É claro!", ela respondeu. "Venha até aqui e chame a Sally." Três meses depois eu fui a Seatle visitar minha irmã. Quando liguei, uma voz diferente respondeu: "Informações." Eu pedi para chamar a Sally. "Você é amigo dela?", a voz perguntou. "Sou, um velho amigo. O meu nome é Paul." "Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período porque estava doente. Infelizmente, ela morreu há cinco semanas." Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou: "Espere um pouco. Você disse que o seu nome é Paul?" "Sim" "A Sally deixou uma mensagem para você.
Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse.
Eu vou ler para você".
A mensagem dizia: "Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também.
Ele vai entender." Eu agradeci e desliguei. Eu entendi...
NUNCA SUBESTIME A "MARCA" QUE VOCÊ DEIXA NAS PESSOAS.
(Autor desconhecido)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Primeira ida ao banheiro sozinho!!

Nesse último fim de semana eu e a Fla tinhamos uma missão um pouco desconfortável: ir ao polpa tempo cedinho pra resolver um perrengue. E o pior é que esse perrengue é daqueles que agente nem imagina que vai passar um dia. No Sábado passado fomos ao shoping Aricanduva levar as meninas pra almoçar (vocês imaginam onde né?), no camonho a Fla resolveu colocar crédito no celular. Conversando com o atendente, achou melhor trocar de pré-pago para pós-pago. Quando estava decidido, veio o atendente informando: "olha senhora, não podemos concretizar a compra pois seu nome está negativado!". Surpresa!!!! Logo agora que tava tudo certinho, todas as contas em dia etc. e tal!!! Sem entender o porque da negativação, a Fla perguntou se poderiam mostrar de onde ou qual empresa tinha negativado seu nome. Mais uma surpresa: a empresa é a Embratel. Por que a surpresa? Nós nunca compramos nada, nem um produto da Embratel. Procurando resolver esse perrengue, o atendente da loja nos informou que é comum acontecer esse fato e nos orientou para irmos até o polpa tempo entrar com um processo para resolver o mais rápido possível esse problema. Já no polpa tempo, a audiencia foi marcada e se o juiz acatar o pedido, em até três dias o nome é limpo! Mas que dor de cabeça nos deu isso hein!!! Fica o alerta!
    Durante o atendimento, fiquei sentindo aquele desconforto na barriga e na perna esquerda que sempre dá quando preciso fazer o número um! Avisei a Fla e disse que iria só ao banheiro. Fui com um frio na barriga, não por menos, era a primeira vez que ia ao banheiro público e sozinho! Chegando ao banheiro, bem de frente tem uma rampa de acesso, um pouco íngrime, porém, dá pra tocar a cadeira numa boa. Quando você chega à esses lugares, principalmente quando nunca foi, fica preocupado com o acesso. Mas, pra alegria do cadeirudo aqui, o banheiro não só era acessível como bem limpinho! Estava até trancado e um senhor muito gentil que fica de auxiliar no proprio wc disse o porquê: é que sempre tem aqueles que entram pra zoar e sujar o banheiro. 5 minutose algumas técnicas depois, estava eu de volta, são e salvo! e principalmente, com a bexiga vazia hehehe!!! Pra quem está em reabilitação como eu, sabe que tirar e colocar a calça sentado na cadeira de rodas,sozinho, é uma vitória!!!
     Paz e bem!!!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cabeça vazia, ......

Fiquei um tempão sem postar aqui, mas foi por um bom motivo. Desde o acidente, foram poucos os momentos em que eu não tinha nada o que fazer. Porém, o tempo vai passando e junto com ele a rotina. Numa rotina de exercícios e leitura de alguns livros (depois vou postar algumas frases desses livros), chega uma hora que você se enche e quer fazer algo novo, sentir-se ocupado com algo que te faça mexer e sua mente fica ocupada. portanto, como sou formado em Matemática e amo lecionar Física, por que não fazer uma pós? Me enchi de coragem e aqui estou eu: fazendo pós de Ensino de Física. Hoje em dia nem mesmo a distancia ou a falta de acessibilidade são desculpas para deixar de estudar, ou até mesmo deixar de aprimorar-se no conhecimento porque agora com Ensino à distancia tudo ficou mais fácil, porém, com a qualidade intacta. Portanto, mãos à obra e bora estudar, pois, cabeça vazia é oficina do ...!!!!! Paz e bem!

sábado, 7 de maio de 2011

"Essa vaga não é sua nem por um minuto!"

    Há alguns dias atrás recebi o link de um vídeo chamado "Essa vaga não é sua nem por um minuto". Esse link foi enviado pela minha amiga Virgínia, que como eu, também necessita dessas vagas. E está dando o que falar, pois, o vídeo fala por si só, porém, a falta de sensibilidade, companheirismo, cidadania e, porque não falar de  humor, ainda é o que impede as pessoas de enxergarem o óbvio. As vagas destinadas às pessoas com necessidades especiais existem não por acaso. Elas são localizadas mais próximas da entrada dos estabelecimentos, como, bancos, lojas, hospitais etc. justamente para facilitar o ACESSO, pois, essas pessoas, ou melhor, nós, temos que fazer um pouco mais de esforço para conseguir o que seria fácil para outras consideradas "normais". E convenhamos: essas vagas são pouquíssimas. Não custa nada respeitá-las. Há algumas semanas eu postei aqui minha ida ao Shoping e o desrespeito de um "cidadão" que estacionou não na vaga, mas, no espaço destinado aos cadeirantes (aquele zebrado amarelo que fica ao lado da vaga). Então, pra quem não viu o vídeo ainda: boa reflexão! Ah! E se você é daqueles que respeitam essas vagas, ajude a divulgar esse vídeo. Paz e bem!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Acessibilidade no INSS: tinha que ter, né?

Dia 29 de Abril às 8h eu tinha o tal do CRP (centro de reabilitação profissional) do INSS. Tudo levava a crer que eu teria alta e voltaria para o trabalho. Mas, chegando lá, foi uma perícia como as outras, prorrogaram a minha licença pra mais um tempo... No primeiro momento você fica chateado, pois, estava crente que voltaria para o trabalho, mas, a partir do instante que você se coloca nas mãos de Deus, quase sempre elas te surpreendem. 1º: se eu voltasse a trabalhar agora, perderia a reabilitação do IMREA; 2º: voltando a trabalhar, minha pós iria ficar dificil de sair, devido ao tempo. Por tanto: "espera no Senhor!". Voltando ao INSS... durante a espera, senti a necessidade de ir ao banheiro. Olha isso: no banheiro, que deveria ser adaptado, o mictório ficava bem de frente pra porta, ou seja, onde era pra ficar instalado um lavatório, instalaram um mictório! (- nossa Tio!!). Pois é! Agora, quem seria o louco que faria xixi de frente para um corredor público, onde passam pessoas com uma frequencia parecida com a do metrô?! Mas, eu não uso o mictório certo? Então, lá fui para a parte destinada aos cadeirantes... surpresa! Tinham barras de apoio como em todos os outros banheiros adaptados - tudo bem que eram um pouco desgastados, mas eram barras - porem, a cadeira não cabia! (- Tá Tio, por que você não fez com a porta aberta se já estava la dentro?). Este espaço ficava bem de frente com a porta do tal corredor, ou seja... todos que passariam pelo corredor iriam ver o meu... é... bom, deixa pra lá! Como sempre, eu e meu irmão demos um jeitinho e fiz o que tinha de ser feito. Só ficamos um pouco frustrados porque não levei meu celular pra tirar umas fotos e comprovar o fato, mas, vai ter outras oportunidades não é mesmo? O que custava dar uma reformada no banheiro né não? Se alguém aí do outro lado tiver outras histórias de lugares que deveriam ser adaptados e não são (ou como esse são mas nem tanto) mandem pro meu email tá?

                                                                (Viva os cartunistas!!!)                    Paz e bem!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

As transferências...

Quando sofri o acidente e percebi que não sentia as pernas já sabia que enfrentaria desafios. Claro que com a família e os amigos por perto tudo é mais fácil, porem, quem estava sentindo na pela era eu. Ao contrario de outras pessoas que sofreram um acidente como o meu e ficaram paraplégicas, eu não tive depressão. A minha aceitação da atual situação em que me encontrava foi instantânea e, com certeza foi devido a motivação que tenho dentro de mim. Independente da situação em que você se encontra existem maneiras de seguir em frente, apesar de, às vezes não parecer ter saída, saiba que existe! Há sempre uma alternativa para que possamos sair do fundo do posso, ou, como no meu caso, nem entrar nesse poço! O que é preciso para se ter essa motivação? Não existe uma regra ou uma fórmula para que não tenhamos uma depressão, mas, o necessário e o mais eficaz método está dentro de nós mesmos. Cada um de nós temos uma força imensa por dentro, basta somente acreditar e confiar. Quando me tornei paraplégico (ou cadeirante, ou deficiente físico) comecei a pesquisar pela internet, métodos para transferências da cadeira de rodas para o carro, a cama, o sofá etc. e não encontrei nada!! Me sentia um pouco perdido até, porém, a resposta estava bem mais próxima. Não existe método algum para essas transferências, o fato é que, cada um tem o seu próprio método e, 8 meses depois do acidente, eu encontrei o meu. Hoje eu não encontro um assento que seja impossível eu me transportar. Claro que salvo aquelas banquetas de bar da altura da Flavinha (tipo uns 1,50 m +- rsrs...)!! O melhor mesmo é ter o máximo de cuidado e fazer as transferências quando não há risco nenhum de levar um tombo, no mais, é só ser feliz e se cuidar!!!! Paz e bem!
(Kevin McHale, que faz o cadeirante Artie na série Glee).

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Pra seguir em frente!!

Quase sempre precisamos de uma injeção de ânimo pra seguirmos em frente. E pra isso, nada melhor que vislumbrar a determinação e motivação de pessoas como esse cara... É só assistir e colocar em prática do seu jeito!

Paz e bem!!!!!

domingo, 13 de março de 2011

Hoje fazem 9 meses...

É, hoje estou fazendo 9 meses de vida! Renasci em 13 de junho de 2010 quando meu pai deu sua vida em troca da minha. Mas, não é um dia triste. É um dia de saudades de momentos que sabemos que não voltam mais. Lembro-me dos Domingos que almoçávamos juntos. Eram todos os Domingos. Entre cerveja e papo que nem sempre eram furados. Muitas risadas e algumas discussões, é claro! Mas, acima de tudo, amor vivido em família e compartilhado com os amigos mais próximos. Na sexta passada a psicologa do centro de reabilitação onde faço minhas seções de fisioterapia nos deu um texto para refletirmos sobre o momento em que estamos vivendo. O momento de recomeçar uma nova vida, novos objetivos e, quem sabe, velhos sonhos! O texto é esse:
Nao importa onde voce parou... Em que momento da vida voce cansou... O que importa e que sempre e possivel e necessario "Recomecar".

Recomecar e dar uma nova chance a si mesmo... renovar as esperancas na vida e o mais importante... Acreditar em voce de novo.

Sofreu muito nesse periodo? Foi aprendizado...

Chorou muito? Foi limpeza da alma...

Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoa-las um dia...

Sentiu-se so por diversas vezes? E por que fechaste a porta ate para os anjos...

Acreditou que tudo estava perdido? Era o inicio da tua melhora...

Pois ... Agora e hora de reiniciar... De pensar na luz... De encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Um novo curso... Ou aquele velho desejo de aprender a pintar... Desenhar... Dominar o computador... Ou qualquer outra coisa...

Olha quanto desafio... Quanta coisa nova nesse mundo de meu Deus te esperando.

Ta se sentindo sozinho? Besteira... Tem tanta gente que voce afastou com o seu "periodo de isolamento"... Tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para "chegar" perto de voce.

Quando nos trancamos na tristeza... Nem nos mesmos nos suportamos... Ficamos horriveis... O mal humor vai comendo nosso figado... Ate a boca fica amarga.

Recomecar... Hoje um bom dia para comecar novos desafios.
Onde voce quer chegar? Ir alto... Sonhe alto... Queira o melhor do melhor... Queira coisas boas para a vida... Pensando assim trazemos pra nos aquilo que desejamos... Se pensamos pequeno... Coisas pequenas teremos... Ja se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor... O melhor vai se instalar na nossa vida.
E e hoje o dia da faxina mental... Joga fora tudo que te prende ao passado... Ao mundinho de coisas tristes... Fotos... Pecas de roupa, papel de bala... Ingressos de cinema, bilhetes de viagens... E toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados... Jogue tudo fora... Mas principalmente.... Esvazie seu coracao... Fique pronto para a vida... Para um novo amor...
Lembre-se, somos apaixonaveis... Somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...

Afinal de contas...

Nos somos o amor!"


         Paz e bem a todos!!!!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Será que precisa mais informação??!!

Tem gente que não se toca não é mesmo? Como existe gente mal educada nessa cidade!! Fui ao hipermercado Extra Aricanduva e, como sempre, procuramos a bendita vaga supostamente reservada para deficiente. Quando encontramos não era uma vaga e sim meia vaga!! É...... MEIA VAGA, porque como sabemos, a vaga dedicada para portadores de deficiencia ou mobilidade reduzida são compostas de um espaço próprio para facilitar a tranferência da cadeira para o veículo e, lógico, são mais próximas à entrada dos estabelecimentos. O problema é que esta pessoa (como várias outras) não tem o mínimo de consideração e educação: estacionou seu veículo na faixa justamente onde descemos com a cadeira! Será que ela não enxergou as faixas? Ou simplesmente não tem essa informação de que esta vaga é pra deficiente?? Conversando com a assistente social do Lucy Montoro na Lapa (no centro de reabilitação onde me recupero) ela me forneceu um papel amarelo chamado "Multa moral". É um panfletinho amarelo que contem informações sobre essas vagas e o porque essas vagas são reservadas para essas pessoas. Não é uma multa verdadeira mas serve pra, pelo menos, informar os desinformados e quem sabe até deixá-los um pouco constrangidos. É mais uma arma pacífica pra auxiliar-nos em nossos direitos. Quem souber de algum outro artifício como este terei o maior prazer em compartilha-lo! A divulgação é a nossa maior e melhor arma! Paz e bem!!!!
Detalhe: essa foto eu tirei quando entrei. Na saída tinha outro mal educado(a)!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Até no cinema tem escadas!!!

Pois é, gente! Fui ao cinema levar as meninas pra assistir ao desenho Enrolados, que é muito legal, por sinal. Eu já tinha ido ao cinema depois do acidente e foi muito bacana, tinha uma rampa interna e fiquei num local bem agradável, sentado em minha cadeira nos fundos da sala no Shoping Interlar Aricanduva. Já desta vez, chegando na sala de cinema, o local onde é reservado para cadeirantes fica bem na frente! Isso mesmo, na frente da sala, onde você fica com dores no pescoço e num enxerga direito de tão perto que fica da tela! Não tem nenhuma rampa de acesso dentro da sala, só esse lugar!! A sorte é que eu tenho amigos dispostos a ultrapassar as barreiras comigo. Se eu não consigo sozinho, alguem me ajuda! Meu irmão olhou para as escadas e disse: "Lé, agente sobe escadas todos os dias, num custa nada subir aqui também, num acha?", mais que depressa aceitei e logo subimos as escadas. Me transportei para a poltrona do cinema (a qual estava pagando num é verdade?) e meu irmão estacionaou a cadeira no cantinho da sala. Minhas filhas, que puxaram o pai no quesito "tiração de sarro" já lançaram: " Papai, você parece até normal sentado aí!". Detalhe: a minha mãe não conseguia parar de rir da cara do meu irmão por causa dos óculos 3D.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tem roupa pra cadeirante?

Alguns dias depois que sai do hospital e vim pra casa queria sair de novo e ir ao shoping. Quando chegamos, entramos por uma loja de roupas e meu irmão já anunciou: "Lé, vamos perguntar se tem roupa pra cadeirante nessa loja?". Eu mais que depressa aceitei. Começamos a procurar os vendedores. Como era horário de almoço, foi um pouco difícil encontrá-los. Mas, eis que surgem três vendedoras, que pela carinha, tinham acabado de almoçar. Meu irmão tocou minha cadeira até elas e já perguntei: "por favor, vocês tem roupa pra cadeirante?". eu achei que elas iriam rir da pegadinha ou até brincar também, mas, veio a surpresa: as três, ao mesmo tempo, responderam com ar de pena: " Num temos amigo, me desculpe!".
Meu irmão não aguentou e começou a dar risadas muito alto. Quando dei por mim, as três tinham sumido! O que será que elas pensaram: " Tadinho, vai ficar pelado na cadeira!" ou então: "Será que existe mesmo roupa pra cadeirante??!!". No mesmo dia, iríamos comprar calçados para minhas filhas e já veio a pergunta novamente. Me virei para o vendedor e lancei: " É... vocês tem sapatos pra cadeirantes?", ele respondeu:
"Num temos ... " mas com ar de dúvida, e logo consertou: "Ah! Temos sim, pode escolher!!!!". Esse estava esperto né? kkkk...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Se tivesse sido eu...

Hoje foi mais um dia no centro de recuperação da estação ciencias na Lapa. Achei que seria mais um dia de espera e de desculpas, mas correu tudo bem. Como de costume, eu e meu irmão Fabio chegamos e já fizemos a ficha de atendimento. Às 08 h mais ou menos fomos atendidos pela assistente social Juliana, que por sinal foi muito atenciosa e esclareceu algumas dúvidas que meu irmão tinha. Às 9 h, com a psicóloga Geralda, tambem muito atenciosa e gentil. Às 10h fomos para o lanche que o governo fornece aos pacientes e acompanhantes, ou cuidadores, mas, antes, fomos ao banheiro. Aí começa a pegadinha...
    Eu e meu irmão somos conhecidos lá por serem sorridentes e brincalhões. Com agente num tem tempo ruim, é só risada o tempo todo. Quando meu irmão vai a um banheiro público ele coloca papel em tudo, até no botão de descarga. Fez o que tinha de fazer e quando saiu, atropelei-o com minha cadeira. Tudo bem, foi só um tropeção! Fui na frente em direção à uma mesa e ele foi direto pra fila do lanche. Quando de repente, ouço uns burburinhos: - esse aí! De camisa azul, que tá na fila! Avisa ele... Meu irmão estava com um papel higiênico preso na cueca!! E o pior: ele deu ums três voltas completas sobre si mesmo (sabe quando um cachorro procura o próprio rabo?). Como agente é conhecido pela brincadeiras e pegadinhas, logo me culparam: Ah, foi o Eder, só pode ser! Se tivesse sido eu, não ficaria tão engraçado!!!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Breve história...

Olá!! Meu nome é Eder, sou professor e músico. Fiquei paraplégico em Junho de 2010 e estou lutando numa recuperação ao lado de minha família e amigos. Pretendo abrir este local, juntamente com meu irmão Fabio, afim de trocar idéias e informações sobre a maioria dos assuntos envolvendo tecnologia e a luta diária de um cadeirante e seus amigos. Fiquei consciente na ocasião do acidente, era um Domingo e quando o elevador despencou, meu pai e herói teve a idéia de me suspender do chão com um abraço. Em fração de segundos (menos de um segundo) estava no térreo. Meu pai tinha absorvido todo o impacto, falecendo quase que instantaneamente, enquanto eu quebrei vertebra na altura da T8 e uma lesão no pulmão. Tenho certeza de que meu pai faria isso não só por mim, mas, por qualquer pessoa que tivesse ao seu lado naquele instante, pois, tinha um coração imenso e viveu sua vida intensamente para os seus filhos e esposa. Saudades de você pai!!!